Saúde Sustentável
Saúde nasce pela boca
Gisele Bortoleto
Um dos maiores desafios para nós, seres humanos, é adequar nossos compromissos ao relógio, que insiste em não parar. Em nome de uma série de compromissos, correria e da necessidade de executarmos cada dia mais tarefas em tempo recorde, deixamos de lado um dos maiores prazeres - o da boa alimentação. Comer em casa ao lado da família como forma de alimentar o corpo e fortalecer as relações é atividade que ficou em segundo plano. O resultado disso às vezes é visível, como o excesso de peso - e aí temos a chance de acordar e fazer alguma coisa para reverter. O problema é quando a má alimentação gera consequências muitas vezes invisíveis e que podem levar à morte, como a hipertensão e o diabetes.
“A maioria das pessoas hoje come mais fora do que dentro de casa e, com isso, acaba escolhendo alimentos não muito saudáveis”, diz a nutricionista Tatiane Trevilato de Brito, especialista em diabetes e hipertensão. Acaba sendo mais prático passar em um “fast food” e pegar um lanche e um refrigerante do que preparar uma salada ou um grelhado, melhores nutricionalmente. Hoje, compramos o alimento, comemos no carro e deixamos de lado o foco do prazer da alimentação e tudo o que essa experiência nos remete, como um passado de lembranças. “Não podemos pensar em comida simplesmente para satisfazer a fome”, diz Tatiane.
Nosso organismo necessita de um fracionamento de refeições - que devem ser feitas pelo menos a cada três horas para manter o bom funcionamento do metabolismo. Essas refeições devem conter todos os grupos de alimentos que forneçam os nutrientes necessários para manter a engrenagem do corpo em ordem. Deixar a alimentação saudável em segundo plano é uma conduta perigosa.
Mas calma. Há tempo para uma mudança. Reveja seus hábitos. Não é tão difícil como você imagina. Exige boa vontade e disciplina. Como tudo o que traz bons resultados, pode dar um pouco de trabalho. Mas os resultados aparecem. Consulte um profissional da área de saúde e nutrição que poderá lhe ajudar. Também não se esqueça de uma dica importante: beba muita água durante o dia (aproximadamente oito copos ou dois litros no mínimo). Nada de substituir por refrigerante ou suco. “Só estamos vivos porque nos alimentamos”, lembra a nutricionista Vera Nicoletti Siqueira. O grande problema é que consumimos alguns nutrientes e esquecemos de outros, ingerindo muitos alimentos industrializados, que contêm conservantes. “Quanto menos desse alimento processado e industrializado nós consumirmos, e a alimentação for balanceada com carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e sais minerais, melhor”, diz.
Fitoquímicos
O médico nutrólogo Enio Cardillo Vieira, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e membro da Academia Mineira de Medicina, explica que os alimentos exercem funções específicas e importantes no organismo. Em artigo publicado na Revista Médica de Minas Gerais, Vieira mostra que existem substâncias nos alimentos que não são essenciais, mas exercem função na promoção da saúde, isto é, previnem contra doenças. São os chamados fitoquímicos ou fitonutrimentos.
Frutas e hortaliças (verduras e legumes), além de serem fontes de vitaminas, sais minerais e fibras, são ricas naqueles componentes e devem ser ingeridas fartamente. Já foram isoladas de frutas e hortaliças mais de 100 mil substâncias químicas que têm papel na promoção da saúde. “Muitas dessas substâncias são precursoras de vitaminas, têm atividade na prevenção de câncer, aterosclerose, hiperglicemia, contribuem para o controle da pressão arterial, entre outras propriedades”, explica o médico.
Matéria veiculada pelo Jornal Diário da Região - São José do Rio Preto -SP
Dra. Julyanna Celico
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